IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NAS HOSPITALIZAÇÕES DE DOENÇAS DO APARELHO DIGESTIVO NO BRASIL
Resumo
RESUMO: Introdução: Desde 2020, o sistema de saúde brasileiro foi direcionado ao atendimento de infectados por SARS-CoV-2, além do colapso da saúde pública e privada, as notificações do sistema do SUS registraram uma queda na procura por atendimento hospitalar de pacientes com doenças crônicas não relacionadas à Covid-19. Impactando nos dados em saúde pública do Brasil, uma vez que doenças crônicas em geral quando não assistidas e tratadas podem levar prejuízos clínicos, agravamento e óbito (AQUINO et al., 2020). Objetivo: Assim, a pesquisa se faz justificada através do objetivo de avaliar o impacto da pandemia de Covid-19 nas possíveis reduções das internações de doenças do aparelho digestivo no Brasil. Metodologia: Os dados epidemiológicos das doenças do aparelho digestivo foram obtidos por meio da pesquisa feita através das bases de dados SIH (Sistema de Informações Hospitalares do SUS) e SIM (Sistema de Informações de Mortalidade do SUS), ofertadas pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), com endereço eletrônico http://www2.datasus.gov.br/DATASUS. As variáveis analisadas foram: Quantidade de internações, Caráter de atendimento e Tempo médio de permanência hospitalar (expresso como média ± E.P.M (Erro Padrão da Média). Resultados: Como resultados preliminares deste trabalho, observou-se que houve uma redução drástica do número de internações por doenças digestivas nos anos da pandemia de Covid-19, com apenas 528.108 casos em 2021 e 889.020 casos em 2020, (anos da pandemia), em relação a 1.210.427 em 2019 (ano sem casos de Covid-19 no Brasil). Além disso, também houve uma redução clara na procura de atendimentos médicos eletivos, com 124.645 hospitalizações em 2021 e 249.632 em 2020, comparados a 494.703 em 2019. Os atendimentos em caráter de urgência apresentaram-se em maior número que os eletivos, contudo durante a pandemia também houve diminuição evidente, com 403.463 hospitalizações de urgência em 2021 e 639.276 em 2020, quando comparados a 715.724 em 2019. Quanto ao tempo médio de permanência hospitalar, foi registrado uma média de 4,2 dias de hospitalização por paciente a cada internamento tanto em 2021 quanto em 2020, e 3,8 dias em 2019. Considerações Finais: Conclui-se com esse trabalho que durante a pandemia de Covid-19, houve uma redução do número de internações de pacientes acometidos por doenças do aparelho digestivo, bem como na procura de atendimentos médicos tanto eletivos quanto em caráter de urgência. Contudo, o tempo médio de permanência hospitalar aumentou durante a pandemia e isto pode ser devido ao fato de que os pacientes somente procuraram atendimento quando já estavam com sintomas mais graves, levando a um maior tempo de restabelecimento da saúde até estarem aptos a receberem alta. Dessa forma, pode-se inferir que além do temor de contrair SARS-CoV-2, é notório que pacientes com doenças pré-existentes crônicas, como as doenças digestivas, durante o contexto pandêmico, foram negligenciados, culminando, portanto, na redução significativa de internações, o que justifica a queda das notificações no sistema.
Palavras-chaves: SARS-CoV-2, Trato Gastrintestinal, Atendimento hospitalar.
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