BANZO, MELANCOLIA E PSICOLOGIA ANTIRRACISTA:COMPREENDENDO OS IMPACTOS DO RACISMO NA JUVENTUDE NEGRA.
Résumé
Após décadas da abolição da escravidão, no Brasil, os resquícios desse período ainda estão presentes na vida cotidiana da população negra que através da construção estrutural e sistemática do racismo leva a um sofrimento que também é psíquico. Portanto, a presente pesquisa objetivou discutir os sofrimentos dos jovens negros trazendo a intercessão dos conceitos de melancolia e banzo para elucidar como essas definições ajudam a entender o atravessamento da questão racial na saúde mental e para contribuição de uma psicologia antirracista. Recorreu-se a estes conceitos por entender que o banzo, como conceito médico, nomeava o sofrer que acometia as pessoas escravizadas e a melancolia, definida na teoria psicanalista, auxilia na compreensão psicossocial dos processos de subjetivação racial e sofrimento psíquico da juventude negra. Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica com utilização de análise de conteúdo acerca da produção científica em saúde mental da população negra nas bases de dados SciELO, BVS-Psi e PePSIC no período de 2011 a 2021. Por fim, foi possível perceber que o sofrimento advindo dos sistemas racistas se perpetua em uma longa via desde a escravização dos corpos e das mentes até os dias atuais mostrando que os mecanismos de imputar sofrimento através da raça se atualizaram. Por este motivo, conclui-se que é urgente imbricar as teorias e conceitos mais tradicionais da psicologia a um saber-fazer epistemológico antirracista sem excluir as dimensões sociais dos processos de subjetivações.
Palavras-chave: Banzo; Melancolia; Psicanálise; Psicologia Antirracista; Racismo.
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