Mulheres na América Latina: o perfil das presidentes latino-americanas

Autores

Resumo

Qual o perfil de representação política das mulheres que se tornaram presidentes na América Latina? Este artigo busca mapear os perfis das mulheres que ocuparam a presidência em países da América Latina, de modo a explorar como a inserção feminina representou um papel de importância para a política, não só na política doméstica como na política externa. Com investigação em documentos oficiais e bibliografia especializada sobre o feminismo, realizou-se uma pesquisa exploratória e descritiva, buscando identificar, em doze mulheres presidentes da região, elementos importantes para a construção desse perfil, a saber: país; tempo de mandato; idade; etnia; partido político; grau de escolaridade; além da verificação de conclusão do mandato, realização de política de gênero e ocupação de cargos eletivos anteriormente. Os principais achados dizem respeito à etnia e à escolaridade, uma vez que o perfil é prioritariamente conformado por mulheres brancas com ensino superior completo. Outro elemento importante diz respeito à baixa implementação de políticas de gênero. Dessa forma, buscou-se contribuir para a análise regional sobre a participação política das mulheres.

Palavras-chave: Feminismo; Representação Política; Poder Executivo; América Latina.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Maria Luiza Barros Paz, Estácio Recife.

Graduada em Relações Internacionais pelo Centro Universitário Estácio do Recife. Este artigo corresponde à pesquisa desenvolvida para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Nayanna Sabiá Moura, Estácio Recife.

Mestre em em Relações Internacionais. Professora Centro Universitário Estácio do Recife. Orientadora da pesquisa.

Referências

ARGENTINA. Ley Nº 26.485, de 11 de março de 2009. Disponível em:

<https://www.oas.org/dil/esp/ley_de_proteccion_integral_de_mujeres_argentina.pdf> Acesso em: 04. nov. 2019.

ARZE, Eduardo Cuadros. Bolivia, El Programa del MNR y la Revolución Nacional: del Movimiento de Reforma Universitaria al Ocaso del Modelo Neoliberal (1928- 2002). La Paz, Bolivia: Plural Editores, 2002.

ASSMANN, Selvino José. Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, revista internacional interdisciplinar interthesis, v.4, n.1, Florianópolis, 2007.

ASSIS, Carolina Silva de. Mídia, Política e Gênero - Dilma Rousseff e as Mulheres Políticas no Noticiário. Monografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2011.

BBC. Jeanine Áñez anuncia que postulará a la presidencia de Bolivia en las elecciones de mayo. 25 jan. 2020. Disponível em: <https://www.bbc.com/mundo/noticias-internacional-51249358>.Acesso em: 15 fev. 2020.

BISSESSAR, Ann Marie. Challenges to Women’s Leadership in Ex-Colonial Societies. International Journal of Gender and Women’s Studies, v. 2, nº. 3, p. 13-3, 2014.

BOLIVIA. Comunicado: Tribunal Plurinacional de Bolivia. 12 nov. 2019. Disponível em:

<https://tcpbolivia.bo/tcp/?q=content/comunicado-1>. Acesso em: 15 jan. 2019.

BRASIL. Lei nº 13.104, de 9 de março de 2015. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13104.htm>. Acesso em: 06 nov. 2019.

BRASIL. Lei Complementar nº 150, de 1º de junho de 2015. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp150.htm>. Acesso em: 13 nov. 2019.

CABANILLAS, Beatriz Llanos. A modo de introducción: caminos recorridos por la paridad en el mundo. In: La apuesta por la paridad: democratizando el sistema político en América Latina. Los casos de Ecuador, Bolivia y Costa Rica. Perú: IDEA Internacional/ CIM Comisión Interamericana de Mujeres. p. 17-46, 2013.

CAMINOTTI, Mariana y FREIDENBERG, Flavia. Federalismo electoral, fortaleza de las cuotas de género y representación política de las mujeres en los ámbitos subnacionales en Argentina y México. Rev. mex. cienc. polít. soc, México, v. 61, nº 228: p. 121-144, 2016.

CEPAL, Comissão para Assuntos Econômicos da América Latina e Caribe. Relatório Anual: Os bônus na mira – Aporte e carga para as mulheres. Observatório da Igualdade de Gênero da América Latina e Caribe. Organização das Nações Unidas, 2013. Disponível em: <https://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/35446/1/S2013192_pt.pdf>. Acesso em: 27 out. 2019.

CERVANTES, Celia. Mireya Moscoso primera presidenta de Panamá. Revista de investigación y divulgación sobre los estudios de género, México, 1999.

CHILE, Ley 21.030 de 23 septiembre de 2019. Disponível em:

<https://www.leychile.cl/Navegar?idNorma=1108237&buscar=21.030>. Acesso em: 30 out.2019.

CLARIN. Cristina Kirchner celebró la victoria y le pidió a Macri que tome medidas ante “la situación dramática que viven las finanzas del país Argentina, 27.out.2019. Disponível em: <https://www.clarin.com/politica/cristina-kirchner-celebro-victoria- pidio-macri-tome-medidas-situacion-dramatica-viven-finanzas-pais_0_Ulbz8XKq.html>. Acesso em. 01 nov. 2019.

CLINTON, Hillary Diane Rodham. Discurso na United Nations Forth World conference on Women Beijing. 4-15 September 1995. Disponível em:

<https://www.youtube.com/watch?v=xXM4E23Efvk>. Acesso em: 09 nov. 2019.

CRESPO, Afonso. Lydia una mujer en la história. Centro de la información para Desarrollo, La Paz, Bolivia, 1999.

D’ALKMIN, Sônia Maria. A conquista do voto feminino no Brasil. ETIC, n°2, vol. 2, 2006.

DILMA, Vana Rousseff. Discurso na abertura do Debate Geral da 66ª Assembleia Geral das Nações Unidas, Nova Iorque-EUA, 21 de setembro de 2011.

DUINGNAN, Brian. Rosalía Arteaga President of Ecuador, Inglaterra, 2008. Disponível em: <https://www.britannica.com/biography/Rosalia-Arteaga>. Acesso em: 08 nov. 2019.

ENLOE, Cynthia. Bananas, Beaches and Bases: Making Feminist Sense of International Politics. Berkeley: University of California Press, 2000.

ESTRADA, María Flórez. La Campaña de Laura Chinchilla y las mujeres

¿Oportunismo o Compromiso Con un Nuevo Pacto Sexual? Rev. Ciencias Sociales Universidad de Costa Rica, v.130, p 85-99, 2010.

EUA. Press Statement. Congratulations to Bolivian Senator Anez for Assuming the Role of Interim President. 13 nov. 2019. Disponível em: < https://www.state.gov/congratulations-to-bolivian-senator-anez-for-assuming-the-role-of-interim-president/>. Acesso em 15 fev. 2020.

FUKUSHIMA, Kátia Alves. Correlação de forças e recursos políticos no primeiro governo de Bachelet (2006-2010) e os impasses às possíveis inovações democráticas no Chile. Revista Debates, Porto Alegre, v. 12, n. 1, p. 11-36, jan-abr. 2018.

HALLIDAY, Fred. Revolution and World Politics: The Rise and Fall of the Sixth Great Power. London: Macmillan, 1999.

INDEPENDENT, Janet Jagan, Chicago Marxist who became president of Guyana, Londres, 01.abr.2019. Disponível em:

<https://www.independent.co.uk/news/lifeinfocus/janet-jagan-obituary-marxist-jewish- chicago-president-guyana-david-granger-a8855686.html> acesso em 9.nov.2019

IPU. Inter-Parliamentary Union. About Us. S.A Disponível em:<https://www.ipu.org/about-us> Acesso em: 05 out. 2019.

IPU. Women in parliament in 2016: The year in review. S.A Disponível em:

<https://www.ipu.org/resources/publications/reports/2017-03/women-in-parliament-in- 2016-year-in-review>. Acesso em: 03 nov. 2019.

LADB Staff. Mireya Moscoso Wins Presidential Election in Panama. University of New Mexico UNM Digital Repository, 1999.

LEITE, Isabel Cristina. Radicalização Política Frente ao Regime Militar em Belo Horizonte – Grupo Colina (1967-1969). Revista História hoje, vol.3 nº8, 2005.

MANTERO, José María- La mujer en la post-revolución: Sueños del corazón de Violeta Chamorro y el discurso hegemónico en Nicaragua Letras Hispanas, Revista de literatura, 2010.

MARTINS, Ana Paula Antunes. O Sujeito “nas ondas” do Feminismo e o lugar do corpo na contemporaneidade. Revista Café Com Sociologia. v. 04, n.1, jan-abr. 2015.

MELO, Nivalda Batista de; SOARES, Themis Ariadne Freire Starling; REIS, Ubiratan Campelo. A (des)proporcionalidade da representação política na Câmara dos Deputados à luz da Constituição Federal de 1988. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 2008.

METOYER, Cynthia Chavez; Women and the State in Post-Sandinista Nicaragua

Lynne, Rienner publisheres, inc.1800, 30th street, Boulder, Colorado, 2000.

MORTIZ, Maria Lúcia R.de Freitas. Agenda Política de Gênero dos Governos Dilma, Kirchner e Bachelet (2011-2017). XI Encontro da ABCP, Curitiba, UFPR, 31/07 – 03/08, 2018.

MRE (Ministério das Relações Exteriores do Brasil). Nota 2: Convocação de eleições na Bolívia. 5 jan. 2020. Disponível em: <http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/21186-convocacao-de-eleicoes-na-bolivia-2>. Acesso em 15 fev. 2020.

ONU-MULHER. Conferências Mundiais da Mulher, s.a. Disponível em:

<http://www.onumulheres.org.br/planeta5050-2030/conferencias/>. Acesso em: 02. nov. 2019.

PAXTON, Pámela; HUGHES, Melanie & GREEN, Jennifer. The International Women's Movement and Women's Political Representation, 1893-2003. In: American Sociological Review, v. 71, nº. 6, 2006.

PEREIRA, Bérengère Marques. Les femmes et le pouvoir. Disponível em:

<https://www.histoire-politique.fr/index.php?numero=01&rub=dossier&item=8>. Acesso em: 13 nov. 2019.

PEREIRA, Demetrius Cesario; ROCHA; Debates teóricos em relações internacionais: origem, evolução e perspectiva do “embate” neo-neo, Monções: Revista de Relações Internacionais da UFGD, Dourados, v.3. n.6, jul./dez., 2014.

PRÁ, Jussara Reis. Cidadania de Gênero, Democracia Paritária e Inclusão Política das Mulheres. Gênero na Amazônia, Belém, n. 4, jul./dez., 2013.

QUEIROGA, Mauricio Morales. La primera mujer presidenta de Chile: ¿Qué explicó el triunfo de Michelle Bachelet en las elecciones de 2005–2006? Latin American Research Review, v. 43, nº. 1. 2008.

R7. 1ª presidente da Costa Rica: "O feminismo tem de ser democrático", 24.mai,2018, Brasil, disponível em: <https://noticias.r7.com/prisma/nosso-mundo/1- presidente-da-costa-rica-o-feminismo-tem-de-ser-democratico-24052018>. Acesso em: 30 out. 2019.

RABAY, Gloria. Freire; CARVALHO, Maria Eulina Pessoa. Participação da mulher no parlamento brasileiro e paraibano. In: Democracia, Direitos Humanos e Gênero. Org & Demo, Marília, v.12, n.1, p. 81-94, jan./jun., 2011.

ROBERTS, Madeleine Octavia R. De “um pé na cozinha” a “um pé na porta”: a PEC das Domésticas no Brasil, suas oportunidades e seus desafios. Revista Mundos do Trabalho, vol. 10, n. 20 | julho/dezembro 2018, p. 31-59.

ROCHA, Marina María de Lira. Uma onda de lama e sangue ameaça cobrir a República. Os discursos sobre a violência no governo de Isabelita Perón (junho 1975 – março 1976), Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em História, Centro de Estudos Gerais, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, universidade Federal Fluminense – UFF, Rio de Janeiro, 2011.

SANTOS, Rosana de Jesus dos. A construção das desigualdades: Gênero, classe e raça/etnia nas representações sobre as trabalhadoras domésticas em discursos produzidos No Período Da Votação Da PEC 72/2013.Simpósio Internacional de educação sexual: Feminismo, identidade de gênero e políticas públicas,22 a 24 e abril, UEM, 2015.

SCHWETHER, Natália Diniz; PAGLIARI, Graciela de Conti. Políticas de gênero para a Defesa: os casos de Argentina e Brasil. Rev. Sociol. Polít., v. 26, n. 65, p. 1-14, mar. 2018.

SILVA, Beatriz Bandeira de Mello Souza e; RAMOS, Nayra Thamires Alves. Feminismo e Políticas públicas, entre o discurso e a prática: análise comparada Chile e Argentina (2006-2011). 10º Encontro Associação Brasileira de Ciência Política, Belo horizonte, 30 de agosto a 2 de setembro, 2016

SILVA, Edilson dos Santos; SANTOS, Joséte Florencio dos; NAKAMURA, Wilson Toshiro. A heterogeneidade da estrutura de capital das empresas dos países desenvolvidos – G7: Uma Análise Quantílica. Gestão & Regionalidade – v.34 - Nº100 - jan-abr/2018.

SOUZA, Suzanny Mara Jobim de; O feminicídio e a legislação brasileira. R. Katál. Florianópolis, v. 21, n. 3, p. 534-543, set./dez., 2018.

TICKNER, J. Ann. Gender in International Relations: Feminist Perspectives on Achieving Global Security. New York: Columbia University Press, 1992.

TICKNER, J. Ann. Gendering World Politcs: issues and approaches in the post- Cold War era. Columbia University Press, New York, Chichester, West Sussex, 2001.

TRUE, J. Engendering International Relations: What Difference Does Second Generation Feminism Make? Department of International Relations Working Paper. Canberra, Australian National University, 2002.

WATSON; Robert P.; JENCIK, Alicia; SELZER. Judith A. Women World Leaders: Comparative Analysis and Gender Experiences. Journal of International Women’s Studies Vol. 7 #2 November 2005.

WHITWORTH, Sandra. Feminism and International Relations: towards a politic economy of gender in interstate and non-governmental institution. St. Martin’s Press,Inc.,175 Fith Avenue, New York, 1994.

Publicado

2020-03-04

Como Citar

Paz, M. L. B., & Moura, N. S. (2020). Mulheres na América Latina: o perfil das presidentes latino-americanas. Revista Eletrônica Da Estácio Recife, 5(3). Obtido de https://reer.emnuvens.com.br/reer/article/view/341